Durante uma de tantas reuniões que costumam levar-se a efeito no café central da aldeia, às vezes a desoras, decidem então rumar à capital, pois lá haveria de aparecer um lugar onde tratar do assunto: um ministério ou secretaria onde de certo os ajudariam. Perguntariam a alguém que vissem conhecer melhor que eles estes assuntos e tudo se resolveria. Além disso, muitos cafés como este, e melhores ainda certamente, haverá nos sítios importantes como é a capital, com gente famosa e tudo que até acharão o nosso projeto digno de ser implementado, até porque enchendo os bolsos de economias, estas servirão de igual modo para a bolsa geral do estado.
Nanixe ouvia incrédulo e mesmo com admiração os arremessos teóricos do amigo Chixe, acompanhados de gestos inopinados e, de horas em quando, discretas punhadas na mesa, a mais estimada do dono do café, escutando a conversa, contudo mostrando já falta de pachorra, não pelo adiantado da noite mas pela madeira que presenciava com carunchos passeando-se por entre meia dúzia de copos.
Inicialmente, casa ainda cheia de clientes, Nanixe, com aqueles olhares lançados para a esquerda e logo de seguida para a direita, preocupado que estava com os ouvidos indiscretos, pretendia sobretudo mostrar perante aqueles a sua desconfiança, esperto que é e considerado como tal. Coçando o queixo, aplainando o bigode, depois levando o indicador direito à parte inferior da orelha esquerda, apertando-a com auxílio do polegar, ia torcendo e retorcendo a tentar encaixar a retórica ajardinada do amigo, acenando que sim umas vezes e outras num simétrico baloiço de cabeça, sibilando, fazendo-se emoji receoso.
Reunião: desfecho atribulado
Reunião: desfecho atribulado
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