Lenda da Nossa Senhora das CandeiasNetBila'News Avançar para o conteúdo principal

Lenda da Nossa Senhora das Candeias

Paredes, freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão


Numa bela noite, 2 de fevereiro, ia um caminheiro com os seus dois cavalos carregados, que ficaram atolados naquele histórico atoleiro.
Era homem de boas ideias. Pediu à Senhora das Candeias, foi ouvido e Nossa Senhora apareceu com uma candeia na mão; alumiou-o e seus cavalos desenterrou, acompanhando-o à povoação (Paredes).
- Está visto que o homem tinha bom coração; diz o contador desta história - Delfim da Silva Monteiro - natural e residente naquele lugar.
Era uma noite rigorosa com muita chuva e neve que apanhou desprevenido o almocreve. Nossa Senhora a esse homem disse que nada dissesse, mas ele não pôde resistir ao que viu. Foi um Milagre! 
Cheio de alegria no seu coração, logo transmitiu e espalhou pela povoação.
Toda a gente correu para as fragas daquele lugar, hoje conhecidas por Fragas de Nossa Senhora das Candeias, lindo lugar, digno de se visitar!
- Desde esse tempo, a Senhora das Candeias das Paredes foi sempre a Padroeira que, nas longas noites de inverno, ilumina a nossa lareira; diz sorridente e crente o Delfim!
Apareceu em Paredes a Senhora Milagrosa, no concelho de Sabrosa, lugar por muitos visitado, sem medo. Ainda de longe, lá se vê Nossa Senhora no meio do penedo!
Tudo isto é verdadeiro e, no mesmo lugar, existe agora um cruzeiro.
- Também lá se encontra a argola onde a Senhora prendia o burrinho! Tudo isto eu conto com muito carinho.
Antigamente havia mais fé na "Senhorinha" e existia lá uma capelinha. As gentes iam rezar e a banda de música tocar.
Esta e outras histórias e lendas, rimadas, eram, ainda há poucos anos, contadas e cantadas em tom dramático ao som de bandolim, nas feiras e romarias, como em Saudel, um pouco abaixo do lugar da Senhora das Candeias, na romaria de Nossa Senhora da Saúde que se realiza desde tempos imemoriáveis, todos os anos, nos dias 7, 8 e 9 de agosto.

Delfim da Silva Monteiro

(Clique sobre a foto acima para visualizá-la em maior tamanho)

Comentários

  1. "Quando a Senhora das Candeias rir (estiver sol), está o Inverno pr'a vir. Quando a Senhora das Candeias chora (estiver a chover), está o Inverno p'ra ir embora, mas quer ria, quer chore, está o Inverno meio dentro meio fora. Este era o provérbio que a nossa mãe não se cansava de dizer por altura da Senhora das Candeias.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Faça o seu comentário ou sugestão...

Mensagens populares deste blogue

Encontro com Delfim da Silva Monteiro, nas Paredes

Número de telefone para contactar o Sr. Delfim: 969179420 No lugar das Paredes, freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, o encontro espontâneo com Delfim da Silva Monteiro que, em tempos, me contou a lenda de Nossa Senhora das Candeias. Neste vídeo, em linguagem simples, muito expressiva, refere as curas que consegue a quem o procura, através da invocação de Nossa Senhora da Saúde!

Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante

Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante in «Aveiro do Vouga ao Buçaco» Enviado por Jorge Lage (…) Foguetes em S. Gonçalo Há festa na beira-mar! As velhas cantam de galo… Nunca é tarde p’ra casar! (…) S. Gonçalo, meu Santinho, Como tu não há nenhum! Arranja-me um maridinho Para quebrar o jejum… (…) Meu santinho, desespero, Repara na minha idade! Por favor, eu também quero O que quer a mocidade (Amadeu de Sousa – poeta popular) (…) S. Gonçalo de Amarante, Casamenteiro das velhas, Por que não casais as novas? Que mal vos fizeram elas? (…) Hás-de saltar as fogueiras À noite no arraial, Dançar com velhas gaiteiras Uma dança divinal. (João Gaspar) Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante in «Aveiro do Vouga ao Buçaco», de Amaro Neves e outros. As festas e romarias fazem parte das festas cíclicas anuais e são precisas para a alma do povo como de pão para a boca. O povo tem remédio para tudo na Bíblia e nas tradições e saberes orais. Há santos, rezas, mezinhas e produtos do campo para tod