O Tratado de Methuen e os Vinhos do Porto
O Tratado de Methuen, assinado em dezembro de 1703 entre Inglaterra e Portugal, obrigava os dois países a facilitarem as trocas comerciais concretamente no que dizia respeito aos lanifícios e aos vinhos. Aquele tratado estabelecia a livre entrada em Portugal dos lanifícios ingleses e, do mesmo modo, os vinhos portugueses - numa grande quantidade do Douro -, entravam em Inglaterra com uma enorme redução das tarifas anteriormente impostas. Assim, os vinhos portugueses tomaram uma posição comercial de vantagem em relação aos vinhos franceses que eram naquele tempo exportados para Inglaterra.
É neste contexto que os vinhos do Douro assumem um papel importantíssimo na economia portuguesa, tornando-se o principal produto de exportação do reino, naquele tempo.
Com o Tratado de Methuen a possibilitar o escoamento fácil dos vinhos, é dado um impulso enorme no desenvolvimento da região duriense, originando a plantação de novas vinhas. Aumentada a procura do vinho, milhares de homens transformaram toda a paisagem com a preparação dos terrenos e a construção dos socalcos com a rocha predominante - o xisto. Arrancado o xisto à terra, este transformou-se em muros que impediam o deslizamento das terras com as chuvas de inverno. Construídos estes suportes nos montes à volta do rio Douro, aí foram plantadas milhões de videiras.
Paralelamente a todo esse crescimento do número de vinhas no Alto Douro e do aumento da produção, no Porto e em Gaia foram construídos armazéns para depósito, tratamento e envelhecimento dos vinhos que desciam em barcos rabelos pelo rio Douro. Dali eram exportados para Inglaterra, tornando-se aquelas duas cidades em grandes centros de comércio.
Na primeira metade do século XVIII, milhares de hectares de terras inóspitas transformaram-se em vinhas. Foi principalmente na sub região do Baixo Corgo que mais vinhas apareceram e cresceram, transformando-se assim na zona do Douro que maior quantidade de vinhos produzia, chamados, já nessa altura, Vinhos do Porto.
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