A vindima e a fabricação do Vinho do Porto
Nota-se, pelas reações e comentários, que a designação “Vinho do Porto” causa algum aziúme na generalidade dos durienses e amantes da região vinhateira do Alto Douro, sendo, no meu entender, compreensível. Pessoalmente situo-me na mesma linha de preferência: “Vinho do Douro” ou “Vinho do Alto Douro”, ou então tratado, generoso ou vinho fino. Contudo, parece-me uma inevitabilidade a continuação do uso desta marca identitária, servindo desde há muitos anos para promover o precioso néctar fabricado no Douro, mas envelhecido nas caves de Gaia/Porto.
Homem carregando as uvas em cesto de vindima |
As vindimas no Alto Douro são feitas por grupos de homens e de mulheres que, manualmente, vão cortando as uvas, transportando-as em baldes para um local da propriedade, acessível a um trator ou camionete que por sua vez as conduzirá para a adega. Outrora, eram os cestos de vindima ou cestos vindimo, como também eram designados, levados às costas pelos homens, encosta abaixo, encosta acima. O carro de bois, apetrechado com uma dorna, era o transporte mais eficaz. As vindimadeiras e os homens dos cestos vinham muitas vezes de fora das quintas ou mesmo de regiões mais afastadas, em grupos ou rogas, permanecendo em dormitórios improvisados nos armazéns ou outros resguardos.
Atualmente, com o desenvolvimento da cultura da vinha e do vinho, os processos de trabalho são outros, modernos e tecnologicamente avançados, capazes de fabricarem vinhos de melhor qualidade, em que os enólogos são os primeiros especialistas na criação de novos vinhos e na sua manutenção durante muitos anos nas melhores condições
Os pormenores técnicos são hoje de tal exigência que, já durante a vindima, alguns bagos de uva são colhidos aleatoriamente para que se verifiquem laboratorialmente algumas características importantes como por exemplo o potencial alcoólico e a acidez.
Comentários
Enviar um comentário
Faça o seu comentário ou sugestão...