Queijaria Artesanal Quinta da Veiguinha, em Alfândega da Fé
Não sendo um especialista de queijos, nem sequer um mero entendedor das características que conferem qualidade aos queijos, vou observando, aqui e ali, e vendo alguns programas televisivos sobre variadíssimos queijos e as suas confeções. Tive já oportunidade de constatar o trabalho e cuidados que a feitura do queijo exige, principalmente o que se faz por processos artesanais.
A montra de queijos à qual costumo dirigir a vista, de vez em quando, estava hoje vazia daquele que costumo comprar. Um pouco desanimado por esse facto, olhei em redor, verificando o carácter insignificante da variedade. Disposto a desistir da ideia de um aperitivo à base de queijo, reparo em duas unidades, ali, num canto, como desprezadas por outros clientes, imaginando o desânimo dos dois queijos, despertando assim a minha atenção.
– Mostre-me estes dois se faz favor.
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Queijo de ovelha curado da Quinta da Veiguinha, em Alfândega da Fé |
Aproximando-me, entreolharam-se misteriosos quando foram arredados do sítio onde permaneciam, nem sei bem há quanto tempo, originando assim alguma desconfiança da minha parte, pois percebi que disputavam a saída do lugar, querendo naturalmente que alguém os apreciasse e degustasse.
– Qual o preço? – perguntei.
– É mais ou menos o mesmo daquele que costuma levar. Esse há-de vir hoje, certamente, o mais tardar amanhã.
Não. O aperitivo de queijo era exigido para hoje, ao almoço. Amanhã pode apetecer-me outra coisa qualquer.
– Bem, vou levar um deles, o menos curado e mais barato.
Por causa daquele que deixei, fiquei um bocadinho apreensivo por alguns instantes, mas logo me deixei de lamechices e toca a andar para experimentar o mais esbranquiçado.
Nem queiram saber. Aquilo não é um queijo. É sim um “queijíssimo”, apetece-me dizer e utilizar esta palavra que, não o sendo nem existindo no dicionário, exprimirá melhor, julgo eu, o meu sentimento em relação ao sabor inspirado pela natureza divina daquele magnífico queijo.
A queijaria artesanal da Quinta da Veiguinha, em Alfândega da Fé, é a origem daquele queijo de ovelha curado. Como disse, não sendo eu um especialista de queijos, as minhas papilas gustativas conhecem, contudo, os meus gostos, e deram-me as melhores referências daquele queijo de ovelha.
Antes de cortar a primeira pequena porção, dei-lhe uma boa palmada, compreendendo no seu interior uma pequena parte oca. Sim, como pode observar-se pela foto, existe essa parte oca. Sinceramente não sei se, junto dos especialistas, esse pormenor desabonará a qualidade suprema do queijo. O que sei, sinceramente, é: ao parti-lo, esboroando-se com facilidade, e dando a primeira trinca, senti a suavidade da sua textura e leve toque picante, ultrapassando as expectativas que inicialmente tinha para o meu aperitivo.
Uma maravilha de queijo!
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