A história da carga perdida e o desassossego na boda
O desgraçado do rapaz ficou mesmo anestesiado, permanecendo estatelado ao lado
da mó, no seu movimento constante sem nada perceber sobre o ocorrido. Melhor
sorte tiveram os outros dois que, ao contrário daquele, aliviaram a digestão,
libertando-se de ardores, deixando no espaço do moinho uma mistura de cheiros
esquisitos e azedias.
– Valha-me Deus. O que aconteceu? – disse a tia Alice deveras assustada,
lamentando-se do disparate que tinha cometido, deixando os meninos sozinhos
com a botelha.
Passado um pouco de tempo, resfriou-se a tia Alice Carolina com um pouco de
água fresca no rosto, fazendo o mesmo aos dois mais escorreitos e ao coitado,
agora já encostado a dois sacos de farinha, mas continuando sem tugir nem
mugir.

Refeita da aflição, a tia Alice logo arranjou modo de resolver este imbróglio
que se lhe tinha deparado. Disse então que os dois deveriam levar o amigo mais
maldisposto atravessado na burrica que lhes emprestaria, e o segurassem bem
pelas pernas e o levassem de volta ao que restaria da festa do casamento,
antes dos familiares dos três começarem a preocupar-se, pois não tardaria a
fazer-se noite, apesar dos dias longos do verão chegado recentemente.
Iniciaram assim o percurso de regresso, agora com a burrica a ajudá-los a
completar a missão que tinham prometido à noiva.
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