Apontamento Histórico de Mirandela
Nota explicativa de Jorge Golias
Enviado por Jorge Lage
(...) O facto de as ossadas se encontrarem fora das muralhas do castelo e, portanto, ser estranho haver construções ali, deve-se ao facto de, em 1518, já não haver castelo de pé (O Padre Ernesto Sales, in Mirandela-Apontamentos Históricos, no Vol I, pág.49, escreve:
(Pela verdade histórica, Jorge Golias é autor desta nota)
Rua Luciano Cordeiro, Mirandela (vista parcial) |
(...) O facto de as ossadas se encontrarem fora das muralhas do castelo e, portanto, ser estranho haver construções ali, deve-se ao facto de, em 1518, já não haver castelo de pé (O Padre Ernesto Sales, in Mirandela-Apontamentos Históricos, no Vol I, pág.49, escreve:
«No começo do séc. XVI já nada restava do castelo, e pouco das muralhas que
foram traçadas para defesa da vila»).
Com efeito o castelo de Mirandela, tardio, talvez o último de Portugal, dos
primeiros anos de 1300, foi o primeiro a desaparecer. D. Dinis quis prendar
a sua amante, D. Branca Lourenço, doando-lhe Mirandela, e protegendo-a com
um roqueiro que, quando acabou de ser construído, não fazia falta nenhuma.
Primeiro porque a vila esteve sempre fora das incursões espanholas e segundo
porque, depois de Aljubarrota (1385) deixou de ter qualquer préstimo,
potencial que fosse. A pedra das muralhas foi aproveitada para muitas
construções de casas de moradores e solares dos morgados. Há ruas como a da
Ponte (Luciano Cordeiro), S. Cosme e Rosário (a mais comprida rua medieval)
em que a muralha foi aproveitada como parede exterior do casario.
Acresce ainda referir que nestes primeiros anos do séc. XIV estava em finais
de reconstrução a ponte romana (assente em fundações e talhares da
arquitectura do Lacio). Tal significa que aquela zona da vila era a mais
frequentada, trabalhando ali toda a equipa de construção.
Se depois da datação dos corpos encontrados se constatar que há vários do
mesmo ano ou anos juntos, pode concluir-se que tal facto se deverá à peste
negra que grassou nesses anos do reinado de D. Manuel.
(Pela verdade histórica, Jorge Golias é autor desta nota)
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