Caldo de Chicharrinhos, por Jorge Lage
Ingredientes:
300 g de chicharrinho;
1 tomate;
1 cebola;
1 banha (ou azeite);
Salsa, alho, louro, cominhos, malagueta, sal e vinagre (ou limão).
Preparação:
Põe-se um tomate a refogar com a gordura, com uma cebolinha, um dentinho de
alho, uma folhinha de louro e bastante salsa, e deixa-se ferver um bocadinho
com estes temperos. Quem tem cominho deve deitar um uma pitada desse
temperinho para dar aquele gostinho. Junta-se a água e deixa-se ferver. Depois
junta-se o chicharrinho sem a tripa. É quase só levantar fervura, a bem dizer,
porque coze num instante.
Depois faz-se um molhinho cru. Pisa-se bem a salsa, o alho, sal e uma
malagueta e vinagre ou limão. Depois junta-se um pinguinho do caldo que cozeu
o peixe, que é mais saboroso. Se estiver muito avinagrado junta-se mais um
pouco de caldo. Depois retira-se o chicharrinho do caldo e põe-se este
molho por cima. E bebe-se aquele caldinho que faz muito bem à gente.
Bota-se um pinguinho de vinho e então é que faz muito bem.
Receita, por nós adaptada, recolhida pela etnóloga Teresa Perdigão (Caldas da
Rainha) e cedida por Silvina da Conceição (1908 a 2004), de S. Mateus,
Madalena, ilha do Pico – Açores.
Nota 1: Na ilha do Pico não havia azeite, por conseguinte, a gordura utilizada
era a banha, hoje substituída pelo azeite, embora em muitas casas onde se faz
a matança, ainda se use a banha.
Nota 2: Normalmente junta-se água ao molho cru, mas, neste caso, deve-se
substituir pelo caldo de cozer o chicharro.
Nota 3: Há quem faça sopas. Pega-se num bocadinho de pão velho migado ou
fatiado, com um bocadinho de canela, uma folhinha de hortelã e deita-se numa
malga. Deixe amolecer e ponha-lhe um niquinho de azeite. É só comer.
Nota 4: É uma variante de caldo de peixe mais rico (este mais pobre), com mais
variedade de peixe. O chicharrinho do Pico é o carapau pequeno a que no
continente chamamos «jaquinzinhos».
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