Nuno Álvares Pereira da Conceição Nozelos
por Jorge Lage
Nuno Nozelos nasceu em Fradizela (concelho de Mirandela), em 15 de novembro de 1931. Foram seus pais Manuel António Nozelos e Esperança de Deus Gonçalo, sendo Nuno o primeiro de oito filhos.
Após o ensino primário na própria aldeia de Fradizela, frequentou o ensino dos Salesianos, primeiro em Poiares da Régua, depois em Mogofores e finalmente no Estoril, onde concluiu o curso de Filosofia. Posteriormente frequentou o Instituto Superior de Psicologia Aplicada, em Lisboa. Fez, além disso, diversos cursos de índole profissional, virados para a área jurídico-administrativa e relacionados com a carreira que seguiu no Ministério da Saúde. Aí começou a trabalhar em 1955, vindo a ocupar o cargo de técnico superior principal, lugar em que se aposentou em 1984.
Paralelamente com a carreira administrativa, Nuno Nozelos esteve sempre virado para a escrita, sua grande vocação, quer enquanto escritor, quer enquanto jornalista e conferencista.
No campo da atividade jornalística, é vasta a lista das publicações a que tem prestado colaboração: Ènié, Notícias de Mirandela, Notícias de Trás-os-Montes (de que foi diretor-adjunto e cujo “Suplemento de Arte e Cultura” esteve a seu cargo), Mensageiro de Bragança, Gil Vicente, A Região, Boletim dos Amigos de Bragança, Boletim Informativo da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa, Unearta, A Torre, etc. Foi também um dos fundadores e subdiretor da Sílex – Revista de Letras e Artes.
Todavia mais importante do que isso é a sua atividade de escritor. O seu primeiro livro, Iniciação, sai em 1963, assinado por Nuno Álvares. É um volume de versos, alguns deles escritos ainda na adolescência. No ano imediato, publica Retrato, também poesia e também assinado Nuno Álvares. No campo da poesia publica ainda Canto Aberto, em 1973, e A cidade e eu, poeta, em 1978. Para Vozes distantes, de 1987, aproveitará algum material dos dois primeiros livros – “ainda verdosos”, nas próprias palavras que o poeta escreve no prefácio. Em 1996 sai o volume Delações poéticas e finalmente, em 2001, Musa preterida.
A poesia de Nuno Nozelos combina uma prosódia agradável com um conteúdo em que problematiza os grandes temas que preocupam os homens.
Mas a sua produção ficcional, em especial os contos, é geralmente considerada a sua mais festejada faceta de escritor.
A obra ficcional de Nuno Nozelos compreende os contos rurais de Gente da minha terra (1967; 2.ª ed., 1975; 3.ª ed., 1987) e Ecos do Nordeste (2000), e os volumes de temática urbana Ambos, afinal… (narrativas, 1973), Histórias ou algo mais (contos, 1985), Soçobrado (romance, 1992), Relatos Nebulosos (contos, 2003) e Contos Nordestinos do Natal (2008).
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