Expressões Populares, segundo o Mirandelês
Enviado por Jorge Lage
«A»
A capa e o sarrão nunca pesaram! – O agasalho e a merenda nunca pesaram!
À certa confita – A alturas tantas.
À côa! – Gritava-se para afugentar o lobo ou alcateia!
À cuca – À espreita.
À drede – Adrede. De propósito. Por mangação.
A fazer comida para pobres e a vender aves de bico, nunca ninguém ficou rico – Em negócios de migalhas não se conseguem milhões.
A filha casada ao pé da porta é pior que a cabra na horta – Tenta levar da casa dos pais para a sua casa, tudo o que pode.
À frente que atrás vem gente! – Vamos embora. Segue o teu caminho!
À galinha que canta como o galo corta-lhe o gargalo – Onde há galos não cantam galinhas!
«A»
A capa e o sarrão nunca pesaram! – O agasalho e a merenda nunca pesaram!
À certa confita – A alturas tantas.
À côa! – Gritava-se para afugentar o lobo ou alcateia!
À cuca – À espreita.
À drede – Adrede. De propósito. Por mangação.
A fazer comida para pobres e a vender aves de bico, nunca ninguém ficou rico – Em negócios de migalhas não se conseguem milhões.
A filha casada ao pé da porta é pior que a cabra na horta – Tenta levar da casa dos pais para a sua casa, tudo o que pode.
À frente que atrás vem gente! – Vamos embora. Segue o teu caminho!
À galinha que canta como o galo corta-lhe o gargalo – Onde há galos não cantam galinhas!
A mulher e a pescada, querem-se da mais lascada – A uma mulher bonita e bem feita chamava-se “uma lasca”.
A ingrampar – A enganar.
A jurdir – A fazer. A urdir. A tramar.
A tua ferramenta é como a do Troca, quando não corta, desnoca! – Isto dizia o Arnaldo Falcão de (Chelas) ao Alfredo Choviscas. Ele que fervia em pouca água atirava logo com a ferramenta (que nunca estava afiada) para o lado e deixava de trabalhar.
A velho recém-casado, rezar-lhe por finado – Quando a virilidade falta, o abuso pode ser o fim antecipado.
À vinda, da Lola, café com leite! – Bem m´ou finto! Não acredito nessa!
Água de cu lavado – Quando um homem gostava muito de sua mulher, diziam que ela o “prendeu” dando-lhe água de cu lavado. Queria dizer que o convenceu a fazer tudo quanto lhe desse na gana. Gomes Monteiro e Camilo Costa Leão, in “A Vida Misteriosa das Palavras”, Portugal Editora, 1944. Esta pitoresca expressão vem do uso antiquíssimo que consistia em dar desta água às crianças, nos primeiros dias de nascidos, para que lhes não tardasse a fala.
Ah, mou burnal, que num sabes nada! – Meu palerma, que andas a dormir na fronha!
Ainda tiras a carocha ao folar! – Ainda apanhas uma tareia.
Ainda vais vender cebolo à Torre! – Diz-se a alguém que anda a «pedir» umas jasteiradas.
A ingrampar – A enganar.
A jurdir – A fazer. A urdir. A tramar.
A tua ferramenta é como a do Troca, quando não corta, desnoca! – Isto dizia o Arnaldo Falcão de (Chelas) ao Alfredo Choviscas. Ele que fervia em pouca água atirava logo com a ferramenta (que nunca estava afiada) para o lado e deixava de trabalhar.
A velho recém-casado, rezar-lhe por finado – Quando a virilidade falta, o abuso pode ser o fim antecipado.
À vinda, da Lola, café com leite! – Bem m´ou finto! Não acredito nessa!
Água de cu lavado – Quando um homem gostava muito de sua mulher, diziam que ela o “prendeu” dando-lhe água de cu lavado. Queria dizer que o convenceu a fazer tudo quanto lhe desse na gana. Gomes Monteiro e Camilo Costa Leão, in “A Vida Misteriosa das Palavras”, Portugal Editora, 1944. Esta pitoresca expressão vem do uso antiquíssimo que consistia em dar desta água às crianças, nos primeiros dias de nascidos, para que lhes não tardasse a fala.
Ah, mou burnal, que num sabes nada! – Meu palerma, que andas a dormir na fronha!
Ainda tiras a carocha ao folar! – Ainda apanhas uma tareia.
Ainda vais vender cebolo à Torre! – Diz-se a alguém que anda a «pedir» umas jasteiradas.
Anda o saco atrás do baraço – Anda um atrás do outro, sem se encontrarem.
Andar no Landum – Andar a vadiar. Andar na farra.
Andavas toda encha com eles – Ancho é upado e as pessoas, quando estão vaidosas incham um pouco, nem que seja só na face. Graziela Vieira, in “ Vertentes da Vida” e João de Araújo Correia, in “Linguagem da Minha Terra”.
Ano de muito gaimão, ano de pão – Ano de boa colheita de cereal.
Apagar o fogo com azeite – Acirrar mais a contenda.
Aquela é do fado – Aquela é da má vida ou da vida fácil.
Armar ao andor – Mulher a ataviar-se.
Armou um cagaçal do caraças – Fez um grande estardalhaço ou barulho.
Arrama, arrama o trovão, para onde não haja palha nem grão!... – Início da oração a Santa Bárbara, para afastar ou parar o trovão.
Andar no Landum – Andar a vadiar. Andar na farra.
Andavas toda encha com eles – Ancho é upado e as pessoas, quando estão vaidosas incham um pouco, nem que seja só na face. Graziela Vieira, in “ Vertentes da Vida” e João de Araújo Correia, in “Linguagem da Minha Terra”.
Ano de muito gaimão, ano de pão – Ano de boa colheita de cereal.
Apagar o fogo com azeite – Acirrar mais a contenda.
Aquela é do fado – Aquela é da má vida ou da vida fácil.
Armar ao andor – Mulher a ataviar-se.
Armou um cagaçal do caraças – Fez um grande estardalhaço ou barulho.
Arrama, arrama o trovão, para onde não haja palha nem grão!... – Início da oração a Santa Bárbara, para afastar ou parar o trovão.
Arrear o calhau! – Defecar. Fazer merda ou asneira.
Arrefeceu-lhe o céu-da-boca – Morreu.
Arreguila-me bem esses olhos! – Tem os olhos bem abertos e não te deixes enganar!
Arriba arriba, lá pr´ó S. Miguel, ouvir a gaita do Mira Pincel – Mira Pincel era um comerciante do S. Miguel, vendia sapatos e tocava bem flauta.
Assentar o cú no mocho – Ir a Tribunal. Hélder Rodrigues, in "Contos da Pedra".
Até Vale d´ Osso, é tudo nosso – Diz-se sempre que se quer dar a ideia de que a maioria dos terrenos é do próprio ou da família.
in "Mirandelês"
Arrefeceu-lhe o céu-da-boca – Morreu.
Arreguila-me bem esses olhos! – Tem os olhos bem abertos e não te deixes enganar!
Arriba arriba, lá pr´ó S. Miguel, ouvir a gaita do Mira Pincel – Mira Pincel era um comerciante do S. Miguel, vendia sapatos e tocava bem flauta.
Assentar o cú no mocho – Ir a Tribunal. Hélder Rodrigues, in "Contos da Pedra".
Até Vale d´ Osso, é tudo nosso – Diz-se sempre que se quer dar a ideia de que a maioria dos terrenos é do próprio ou da família.
in "Mirandelês"
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