Não gosto do pai natal...
por João de Deus Rodrigues
Não gosto do pai natal... (um quase poema)
Não gosto do pai natal.
Ponto final.
Mas não gosto do pai natal,
Por ele ser um cavalheiro barrigudo,
De barbas brancas, com um saco encarnado ao ombro,
Onde finge que leva brinquedos para dar às crianças.
Com aquele seu ar bonacheirão,
E o seu hou!…, hou!…, hou!…
Quando vem no trenó, puxado por renas mansas,
A escorregar na neve até parar em frente
De um supermercado, apinhado de gente,
Com uma campainha na mão,
A acenar para crianças inocentes,
Com um olho nos pais, babados e contentes,
Convidando-os a entrar para comprarem uma pistola
Ao rebento, com ar de mariola, ou um carro de combate,
Que trepa pelas paredes, aos tiros, e não há quem o mate…
Não. Não é por isso que eu não gosto do pai natal.
É sim, por que vejo nele o produto acabado
De uma sociedade consumista, tal e qual.
Uma sociedade que foi capaz de fazer esquecer o Presépio,
E o espírito, místico, do Natal.
Com o Deus Menino deitado na palhinha,
No meio de José e de Maria, junto da vaca e da burrinha,
Para nos provar que Nasceu para nos salvar.
Mas esse testemunho, transcendente e celestial,
Deixou de figurar nas montras iluminadas da cidade.
Onde outrora, velhos, novos e crianças, com saudade,
Paravam para ver o Deus Menino que veio ao Mundo,
Para nos trazer o Amor a Paz e a Felicidade.
E que agora anda tão esquecido, também por culpa da igreja,
Que deixou cair o Presépio, e isso não é coisa que se veja…
Por isso, espero um dia não entrar numa igreja paroquial
E ver no Presépio o Menino Jesus deitado, vestido de pai natal!...
Quem sabe se sozinho e triste, a pensar:
Ó minha Gente Amada, olhai para Mim!
E não Me deixeis aqui ficar, assim vestido,
Porque se não ainda Começo a chorar…
Natal - João de Deus Rodrigues
Por ele ser um cavalheiro barrigudo,
De barbas brancas, com um saco encarnado ao ombro,
Onde finge que leva brinquedos para dar às crianças.
Com aquele seu ar bonacheirão,
E o seu hou!…, hou!…, hou!…
Quando vem no trenó, puxado por renas mansas,
A escorregar na neve até parar em frente
De um supermercado, apinhado de gente,
Com uma campainha na mão,
A acenar para crianças inocentes,
Com um olho nos pais, babados e contentes,
Convidando-os a entrar para comprarem uma pistola
Ao rebento, com ar de mariola, ou um carro de combate,
Que trepa pelas paredes, aos tiros, e não há quem o mate…
Não. Não é por isso que eu não gosto do pai natal.
É sim, por que vejo nele o produto acabado
De uma sociedade consumista, tal e qual.
Uma sociedade que foi capaz de fazer esquecer o Presépio,
E o espírito, místico, do Natal.
Com o Deus Menino deitado na palhinha,
No meio de José e de Maria, junto da vaca e da burrinha,
Para nos provar que Nasceu para nos salvar.
Mas esse testemunho, transcendente e celestial,
Deixou de figurar nas montras iluminadas da cidade.
Onde outrora, velhos, novos e crianças, com saudade,
Paravam para ver o Deus Menino que veio ao Mundo,
Para nos trazer o Amor a Paz e a Felicidade.
E que agora anda tão esquecido, também por culpa da igreja,
Que deixou cair o Presépio, e isso não é coisa que se veja…
Por isso, espero um dia não entrar numa igreja paroquial
E ver no Presépio o Menino Jesus deitado, vestido de pai natal!...
Quem sabe se sozinho e triste, a pensar:
Ó minha Gente Amada, olhai para Mim!
E não Me deixeis aqui ficar, assim vestido,
Porque se não ainda Começo a chorar…
Natal - João de Deus Rodrigues
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