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Caminhos de Vilar Celas


Caminhos de Vilar Celas, Carvalhada, Saudel, e xailes de serrubeque!

Comentários

  1. Gostei deste passeio virtual e veio-me à lembrança um maravilhoso poema que aí foi escrito num tempestuoso dia de caça, pelo meu saudoso pai.

    GALÁXIA

    _Fragas de Anta. Era de Cristo. Vento furioso arrepela a carvalhada de Ludares e o céu faísca na fragada de Vilar de Celas. Granizo como ovos. A Senhora da Azinheira? Nada, aposentou-se de milagres. Agacho-me a contra-vento duma anta, o cão a grunhir aos calcanhares. Lavrei acta do acontecimento:

    Vão em louca farândola exangues folhas mortas
    Da última primavera que passou
    E anda o vento a uivar faminto pelas portas
    Apátrida e sem Deus, que sua dor voltou.

    Some-se a vida à terra, aves desaninhadas
    Têm silêncios na voz, pousam nos galhos nus...
    Tiritam de miséria as faunas enfragadas
    E um céu de mau agoiro anda a turvar a luz.

    Mas esta é a galáxia - o centro do Infinito
    Onde a vida acontece e sitiado habito
    dobrado à contrição de cegos fatalismos...

    E alheia à tragédia, a Terra paralítica
    Prossegue silenciosa a grande curva elíptica
    Num tropismo fatal ao caos e aos abismos!

    M. Vaz de Carvalho in Poemas do Solstício

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  2. Gostei destes lugares que desconheço sendo embora neles que brotam as minhas raízes.

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