Paredes, freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão Numa bela noite, 2 de fevereiro, ia um caminheiro com os seus dois cavalos carregados, que ficaram atolados naquele histórico atoleiro. Era homem de boas ideias. Pediu à Senhora das Candeias, foi ouvido e Nossa Senhora apareceu com uma candeia na mão; alumiou-o e seus cavalos desenterrou, acompanhando-o à povoação (Paredes). - Está visto que o homem tinha bom coração; diz o contador desta história - Delfim da Silva Monteiro - natural e residente naquele lugar. Era uma noite rigorosa com muita chuva e neve que apanhou desprevenido o almocreve. Nossa Senhora a esse homem disse que nada dissesse, mas ele não pôde resistir ao que viu. Foi um Milagre! Cheio de alegria no seu coração, logo transmitiu e espalhou pela povoação. Toda a gente correu para as fragas daquele lugar, hoje conhecidas por Fragas de Nossa Senhora das Candeias, lindo lugar, digno de se visitar! - Desde esse tempo, a Senhora das Candeias das Paredes foi...
Gostei deste passeio virtual e veio-me à lembrança um maravilhoso poema que aí foi escrito num tempestuoso dia de caça, pelo meu saudoso pai.
ResponderEliminarGALÁXIA
_Fragas de Anta. Era de Cristo. Vento furioso arrepela a carvalhada de Ludares e o céu faísca na fragada de Vilar de Celas. Granizo como ovos. A Senhora da Azinheira? Nada, aposentou-se de milagres. Agacho-me a contra-vento duma anta, o cão a grunhir aos calcanhares. Lavrei acta do acontecimento:
Vão em louca farândola exangues folhas mortas
Da última primavera que passou
E anda o vento a uivar faminto pelas portas
Apátrida e sem Deus, que sua dor voltou.
Some-se a vida à terra, aves desaninhadas
Têm silêncios na voz, pousam nos galhos nus...
Tiritam de miséria as faunas enfragadas
E um céu de mau agoiro anda a turvar a luz.
Mas esta é a galáxia - o centro do Infinito
Onde a vida acontece e sitiado habito
dobrado à contrição de cegos fatalismos...
E alheia à tragédia, a Terra paralítica
Prossegue silenciosa a grande curva elíptica
Num tropismo fatal ao caos e aos abismos!
M. Vaz de Carvalho in Poemas do Solstício
Belos trilhos na zona.
ResponderEliminarGostei destes lugares que desconheço sendo embora neles que brotam as minhas raízes.
ResponderEliminarLindo poema.
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