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Mensagens

Filhós de Natal

Filhós ou filhoses de Natal Filhós ou filhoses de Natal: fritos compostos por farinha, ovos, fermento de padeiro, azeite, leite e aguardente, polvilhados com açúcar e canela.

Festa de Natal da Universidade Sénior de Vila Real, 2019

Pequeníssimo resumo da festa de Natal da Universidade Sénior de Vila Real, em 20-12-2019.

O tipo enroupado de vermelho

Gordo e luzidio Luzidio pela gordura, balofo ou gordo, anafado, o tipo tem todo o ar de charlatão, com uma espécie de saco onde cabem todas as prendinhas do mundo, para as crianças e adultos mal cuidados, aspirantes absconsos de eterna sorte, uma espécie de molho tártaro da felicidade! Dá jeito uma gordurinha ao tempero de quaisquer pratos da gastronomia regional, importada de lugares exóticos, música clássica da boa, dessa que faz transpirar leitões embevecidos, musicados por misturas infindas de ingredientes, quantos mais melhor e assim será a ignorância insalubérrima retirada da fingida figurilha, santos de invenção à medida da insipiência, numa cultura imiscuída, dos outros orgulhosamente tomada e enchouriçada. Mesmo de outras paragens, toma-se como verdadeira segundo o ânimo do momento e, por isso, um gordo bonacheirão desde que avozinho dá conforto e ânimo à festa das rabanadas, do bacalhau – este é do bom, sim senhor! Façam lá uma paragem e abra-se o champanhe, simultaneame

A Dona Vergonha e o sr. Kófende

Vergonha: isto não é lugar para benzedeiros Andava a Dona Vergonha a passear pelos jardins do palácio, acabrunhada, envergonhada, evidentemente, enquanto sub-repticiamente os sapos desviavam as águas dos melhores lugares para um determinado fosso escondido. A Dona Vergonha bem que sabia do esquema, mas precisada que estava por via da secura sentida nos antros das suas mesurices, mantinha-se calada, por norma estarrecida perante os estranhos factos de todos os dias, decidindo em certa ocasião, finalmente, tomar uma posição por que todos os animais esperavam há imenso tempo. Então, toma o ensejo de subir as escadas exteriores que davam lugar ao andar superior onde, sabia, um senhor muito bem parecido, quase sempre de fatiota elegante sedosamente tecida, andava de cá para lá e de lá para cá, nauseada tez pensativa como se permanentemente contasse o número de mosaicos em mármore, que entoavam a cada passo da distinta personalidade. O sr. Kófende, vislumbrando a dita Vergonha pelo ca

Em Vila Real, os Presépios!

Em Vila Real, os Presépios! O Município de Vila Real e as freguesias do concelho a construírem os seus presépios! Natal, em Vila Real

Natal, em Vila Real

Aproxima-se o Natal Num tempo em que determinadas camadas da sociedade arremessam para o esgotamento da ignobilidade as suas próprias identidades e os costumes que pais e avós e antepassados distantes, desde tempos remotos enalteceram, o Município de Vila Real, seja lá o partido a que está adstrito ou pessoas que da instituição fazem parte, tem a lucidez admirável para, nesta quadra festiva que é o Natal, darem suporte através das ruas principais da cidade, como se de uma tela se tratasse, ao embelezamento místico através da representação do presépio de Belém, símbolo identitário cristão das gentes que têm sabido preservar através dos tempos a cultura que é nossa, mesmo que a fé, muitas vezes periclitante, nos escorregue por entre dedos.  O Município de Vila Real a organizar e as freguesias do concelho a levarem a efeito, cada qual a seu modo e segundo técnicas distintas, o seu próprio presépio que muitos admiramos, numa sensorial consolação, simples passeio pelas ruas histórica

Souzas Botelhos - "Casa de S. Lourenço"

Brasão da "Casa de S. Lourenço" Recebi de dois primos, naturais de Constantim, concelho de Vila Real, uma cópia da página 345 do livro “Fidalgos e Morgados de Vila Real e seu Termo” de Júlio A. Teixeira (reedição de 1990). Nessa cópia, consta o desenho do Brasão da "Casa de S. Lourenço", como mostra a imagem, e o descritivo, transcrito a seguir, que identifica cada um dos ramos familiares desse brasão: Está este Brazão na Capela e no portão da Casa que foi dos Souzas Botelhos de S. Lourenço. Representa : No primeiro quadrante os Souzas, ramo dos Souzas, Morgados de Vilar de Perdizes, e dos Souzas de S. João da Pesqueira ; no segundo os Botelhos, como descendentes de Affonso Botelho, 1º Alcaide-Mor de Vila Real ; no terceiro os Pintos, ramo, Vila Real, dos Morgados de Balsemão ; e no quarto os Silvas, familia muito antiga nesta Vila. Tanto a Capela como a antiga Casa de S. Lourenço estão hoje na posse de estranhos à Família, havendo ainda naquela povoaçã

Trás-os-Montes

Pelos caminhos de Trás-os-Montes Dizem os escritores e os poetas transmontanos que Trás-os-Montes é uma dádiva especial da Natureza e a grande obra de pedra e água feita em Portugal. É neste Norte que, arduamente, se riscam e planeiam caminhos, se cruzam vontades e se resiste, com granítica força e persistência dos rios, à invasiva e danosa cultura que desvirtua e engana a História. São incontáveis os caminhos que podem percorrer-se na região transmontana. As estradas existentes podem considerar-se, hoje, suficientes para, de automóvel, se atingir facilmente qualquer ponto da região. Do Douro até à fronteira norte com Espanha, sucedem-se os montes para todos os gostos: uns agrestes e extremamente frios na estação do inverno, outros suaves e cultivados, possuidores de microclimas a suportarem vales traçados por riachos de águas límpidas, convidativas a um mergulho de frescura por entre uma vegetação constituída por pinheiros, amieiros, carvalhos, castanheiros, vidoeiros e muitas

O Sr. Manuel, tanoeiro

O Sr. Manuel, tanoeiro de Vilarinho se S. Romão Os pipos em miniatura efetuados de modo artesanal que se apresentam na foto são da autoria do Sr. Manuel Dias da Silva e mostram a evolução, ao longo dos séculos, dos arcos que seguram as estruturas de madeira das pipas e tonéis. O Sr. Manuel, como escrito no artigo anterior, era um profissional exímio como tanoeiro e uma pessoa respeitada e muito conhecida na região, marcando presença em publicações como no livro "Sabrosa - da serra ao rio".  Apesar de idade avançada quando o conheci, o Sr. Manuel mantinha uma vontade extraordinária de explicar tudo o que sabia acerca da sua profissão e dos trabalhos de tanoaria em miniatura que, já na reforma, gostava de realizar. Desde muito cedo, doze anos, O Sr. Manuel iniciou a sua aprendizagem no ofício de tanoeiro. A sua oficina, nos últimos anos da sua vida, fora da azáfama de outros tempos, permanecia mais ou menos silenciosa quando o visitávamos. Concentrado, já um pouco trémul

Manuel Dias da Silva - tanoeiro

Na oficina do Sr. Manuel O Sr. Manuel, não estando já entre nós, infelizmente, lançava um primeiro olhar observador aos visitantes da sua oficina. Homem de poucas palavras antes da conversa ir de encontro ao que o entusiasmava: a construção de pipos e a transformação destes em bares rústicos, nichos, objetos decorativos, bancos, mesas, etc. As miniaturas eram outra parte do seu trabalho. Os pequenos pipos e cubas de cinco e dez litros, construídos com madeira de carvalho já avinhada, eram exemplo da sua perfeição e dedicação a uma profissão artesanal. A execução fiel das suas réplicas era para o Sr. Manuel uma constante preocupação e todos os pormenores cuidadosamente estudados de forma que o resultado final mostrasse exatamente o trabalho de origem. Não se limitava ao trabalho manual. Tanto quanto possível, lia, estudava e observava imagens antigas. Só assim conseguia executar com qualidade e transmitir conhecimento como o relacionado com os arcos dos pipos. Houve uma evoluçã

Um vinho de se lhe tirar o chapéu

Benditas aduelas Na Consoada bebi um vinho esplêndido em casa do meu cunhado. Vinho de uma pipa encontrada num cardenho esbarrondado e ensilveirado do Rio Torto. O vinho da pipa estava quase no fundo, mas as borras do bom vinho do Porto são milagrosas. A pipa encheram-na com vinho novo e, passado um ano, deu esta maravilha (...) António Cabral Uvas do vale do rio Torto, afluente do rio Douro, na sua margem sul, bem próximo do Pinhão - coração do Douro. Quando cheias chegam as dornas, os sentires afloram pelos mais distintos comentários: - Este sim! - Cheira-se-lhe a alma! - Boa pomada há-de dar, digo-vos eu! Ali permaneceu a pipa, por muitos anos, no canto da antiga adega. Esgotou-se no tempo, definhando-se o vinho na quantidade, encorpando-se e enaltecendo-se, contudo, de sabores cada vez mais intensos. Humilhada no desprezo a que foi votada, a pipa desembebedada deixou vencer-se pela idade e esbarrondou-se. Mesmo assim, ali se ficou a borra velha, encantada, pr

Mamoa de Madorras

Estranho! Bacalhau e Mamoa de Madorras! Pode parecer estranho um artigo sobre bacalhau , como o anterior, vir acompanhado de uma fotografia da Mamoa de Madorras, em Vilar Celas, lugar da freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, concelho de Sabrosa. Contudo, nas entrelinhas está tudo bem explicado, ou mal explicado, conforme o ponto de vista. Seja como for há uma relação entre o bacalhau mencionado e a Mamoa. Como alguém diria “isto está tudo ligado”. Pelo caminho de Torga, desde S. Martinho de Anta se encontra a Mamoa de Madorras e, por isso e outras causas, deixa-se a seguinte referência ao monumento pré-histórico – um excerto retirado de um dos placares informativos que podem observar-se ao longo daquele trilho dedicado ao escritor transmontano Miguel Torga: «Património Arqueológico - No percurso de S. Martinho de Anta podemos ainda encontrar a Mamoa de Madorras com vestígios de pinturas e gravuras em alguns dos seus esteios, símbolo máximo do Megalitismo em Sabrosa. A preocu

Bacalhau assado

Bacalhau assado com batatas a murro Sem murro, as batatas deixam de o ser – a murro. Entende-se, neste caso, “a murro” o choque entre mãos após devida assadura da batata, deixando-se esta gretada, fendida, rasgada, estalada. O toque deve ser breve e convicto de quem pela experiência conseguiu absorver o conhecimento. Saber é o mais importante, mas nem sempre se liga ao saber a sabedoria de conhecer e, deste modo, “dar o murro” não é para qualquer um ou qualquer uma! Tenham lá feito, em tempos longínquos, o que as avós fizeram, nem sempre o que fizeram o fizeram bem feito e, por isso, o que assaram ou cozeram, malgrado o sacrifício, a sofreguidão e a vontade de comer, trespassou o tempo até aos dias de hoje envolto em ideias gourmet de bom gosto, tradicionais, da cozinha da avó confundida em qualidade e requinte culinários. É preciso, imperioso saber-se e isso não é para qualquer um, qualquer uma, vamos lá ser precisos. Desde muito cedo, vem a batata a murro acompanhada de bacalh

Graça Matos

Graça Matos, mondinense a residir em Lisboa Maria da Graça, mondinense a residir em Lisboa, entusiástica admiradora não apenas da sua terra natal, mas também de Trás-os-Montes e Alto Douro, muito tem contribuído para o prosseguimento do trabalho de divulgação do NetBila, desde 2008 até aos dias de hoje. Com alguns artigos da sua autoria, o seu olhar tem estado sobretudo atento à descoberta dos acontecimentos, eventos culturais, apresentações de livros e outras publicações, dando deles conta a este blogue, agora renovado.  Maria da Graça, desde as primeiras visitas ao NetBila e o início do seu interesse pelos temas inseridos nas suas páginas, soube despertar e manter o entusiasmo naqueles que escrevem ou escreveram ou usam o NetBila. Outras ajudas Maria da Graça tem prestado ao NetBila, agora NetBila'News, pelo que não é de mais deixar-lhe aqui um especial agradecimento.

Jorge Lage

Jorge Lage: investigador e escritor; contribuidor do blogue NetBila'News. No seu trabalho, a motivação de semear um pouco da cultura popular!

Caldo de Castanhas

Caldo de Castanhas com carnes Ingredientes: 1 orelha de porco; 250 g de entremeada; 2 cebolas médias; 0,5 dl de azeite; 1 raminho de salsa ou hortelã; 500 g de castanhas; Água e sal q.b.. Confecção: Limpe as carnes e coza-as em água temperada com sal. Junte uma cebola, cortada aos pedaços, e um pouco de salsa ou hortelã. Pique a outra cebola e refogue-a no azeite.  Adicione ao refogado, as castanhas e um pouco de água da cozedura das carnes. Deixe cozinhar por cerca de cinco minutos. Corte as carnes em pedaços e junte-as às castanhas. Ferva, durante dois minutos. Retire e sirva com a restante salsa ou hortelã. Receita (adaptada) retirada do livro «Receitas com castanhas» editado pela Bandarra Cooperativa Agrícola - Trancoso. Nota: O tempero de sal pode nem ser preciso se as carnes já estiverem salgadas. O raminho de ervas aromáticas pode ser substituído por outro da nossa preferência. Jorge Lage Caldudo

Caldudo

É mais uma sopinha de castanhas mas doce Ingredientes para 4 pessoas: 500 g de castanhas piladas; 5 dl de leite; Açúcar e canela. Confecção: Ponha as castanhas piladas de molho, de um dia para o outro. E depois de retirar todas as pelezinhas, que tenham ficado agarradas às castanhas, introduza-as em água e leve-as a cozer. Quando esmagar uma castanha facilmente, com um garfo, escorra a água e volte a introduzir as castanhas na panela. Regue-as com leite quente e deixe cozer, em lume brando até cozerem bem. Esmague algumas castanhas com um garfo e coma o caldudo bem quente polvilhando com açúcar e canela. Recolha do Clube da Floresta 2000/01, da Escola Secundária de Nelas in «Castanea uma dádiva dos deuses». Nota: Esta receita é uma homenagem à memória de todos quantos viveram no campo em situação difícil, muitos deles passando muita fome, até na noite de Natal. Por outro lado, é também mais um esforço para os portugueses voltarem a comer castanhas no tempo de Natal,

Jorge Lage

Jorge Lage, investigador etnográfico Jorge Lage, mirandelense a residir em Braga, investigador etnográfico, é, hoje, sem dúvida, o estudioso mais esclarecido sobre o castanheiro e a castanha, com livros publicados e a participação em conferências e programas de televisão. O vocabulário, a variedade, as expressões, os provérbios, as receitas tradicionais e outros saberes preenchem a sua vida de investigação. Colunista no jornal "Notícias de Mirandela" tem dado ao NetBila'News, agora com novo formato, muito do seu conhecimento com artigos de opinião, fotografias e notícias sobre variadíssimos temas como por exemplo os relativos às suas atividades de trabalho voluntário nas escolas, a propósito de projetos de preservação da floresta.  Durante largos anos, Jorge Lage fez o favor de enviar a este blogue artigos seus que, entretanto, deixaram de permanecer editados na rede. Alguns desses artigos serão aqui republicados, desde que não façam parte de outros sítios na inter

O amigo do Toino

Toino ouviu com alguma paciência o amigo Viajava só, Toino, descansado, estrada fora em marcha lenta relativamente aos farolins dos outros condutores. Afinal era já noite, encontrando-se ali a fazer que conversava, ele mais o amigo da tasca. Depois de curva apertada, mil pensamentos na sua cabeça sem adivinhar o futuro, para nunca se enganar, repetindo que a seguir a uma curva vem sempre uma reta, por mais pequena que seja. Pois é, tudo isso é verdade, mas desta vez, a seguir àquela curva, lá estava a reta, e era mesmo a reta viva porque se mexia mas, com ela, um tipo assim – como tu – dizia ele, de grande volume – mais que tu – continuava, a acenar com um pano, vendo de imediato que precisaria de ajuda, as mãos bem postas ao alto.  – É como se estivesse a enxergá-lo, mesmo agora. Parece impossível! Até àquele lance, Toino ouviu com alguma paciência o amigo, mas não poderia deixar enganar-se. Não senhor, ao contrário do que ouvira, a seguir a uma curva pode aparecer outra curv

Na tasca do Toino

Nada de distrações "Nada de distrações, chiça!" Há sempre alguém que a meio corta conversas, algumas bem afiadas e até úteis e esqueceu-se Toino por instantes o que ainda há pouco lhe corria na ponta da língua.  Com o sal do bacalhau, saboroso que estava a puxar ao tinto, esqueceu-se zangado o Toino, de pano em punho – nunca o larga o pano o filho finório da tia Maria Alice da quinta dos ciprestes. "Deus a tenha lá em descanso", alguém dirá condescendente, como se o pano, por culpa da mãe, sucedesse à esferográfica de menino. Aspirando à profissão "empregado de escritório" que nunca atingiu, a entrar às nove e sair às cinco, entremeado em deliciosos repastos a todos os almoços, atira-se no gesto do costume e, duma assentada, faz deslisar o pano que não larga desde o punho até ao remate da careca. O amigo do Toino

O postigo da tasca do Toino

Uma nesga de lua espreita pelo postigo Apagaram-se já algumas luzes do céu e uma nesga de lua espreita pelo postigo da tasca do Toino, única naquele lugar da freguesia. Por lá, já tarde, permanece ainda o cheiro a alho, retardado nas sobras espalhadas junto às cascas por cima da banca e no fundo de duas grandes malgas lubrificadas de azeite antigo. Na lareira restam duas lascas de lenha mal queimada, envoltas por grande quantidade de cinza que evidencia pequenas cavidades onde estrategicamente se alojaram inúmeros caroços de azeitonas. No mesmo espaço da cozinha, pois que a uma tasca completa aquela deve pertencer, como afirma o seu dono, configura-se uma espécie de sala de jantar com mesa de madeira tosca, mesmo ao centro, acompanhada à distância de meia dúzia de bancos e duas ou três cadeiras de pernas retorcidas e mal amanhadas. A pouca luminosidade existente no exótico lugar fica a dever-se ao satélite e ao candeeiro de canto com duas lâmpadas, filamento derretido numa delas,

Pinhão

Pinhão, Alijó O Pinhão é um ponto estratégico na cultura do Vinho do Porto. Apesar de uma boa parte desta localidade pertencer ao concelho de Alijó, uma outra, mais pequena, pertence ao concelho de Sabrosa. O Pinhão está situado nas margens do rio Pinhão, fazendo este a fronteira entre os dois concelhos. No lugar do Pinhão surgiram quintas que desenvolveram a produção do vinho português mais famoso do mundo. Desde o tempo em que o Marquês de Pombal mandou demarcar esta região, muitas pipas de vinho partiam do Pinhão para as caves de Vila Nova de Gaia onde o vinho era armazenado e envelhecido e daí exportado. Os barcos que faziam o transporte - rabelos -, típicos do Douro, entraram em declínio a partir de 1880, ano em que o caminho de ferro chegou ao Pinhão. Aqueles barcos foram substituídos pelo comboio, passando este a fazer o transporte do vinho. Várias empresas ligadas ao comércio do vinho instalaram-se no Pinhão. Hoje, a cultura vinícola mantém-se e são várias as quintas c

Serra de Santa Bárbara, S. Lourenço de Ribapinhão

Documento de 1758 sobre São Lourenço Têm sido feitas algumas referências à freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, a propósito do documento de 3 de março do ano de 1758, escrito pelo "reytor da Igreja Matriz de Sam Lourenço de Riba Pinhão". Aqui se deixa mais um pequeno resumo de uma parte desse documento, em que algumas palavras são reproduzidas exatamente como eram escritas naquele tempo pelo senhor padre Seraphim Alvares. «Havia nesta freguesia uma feira franca que decorria entre a véspera do dia do milagroso S. Lourenço e o próprio dia de S. Lourenço - 10 de agosto. A freguesia de S. Lourenço não tem correio. No entanto, os seus habitantes servem-se do correio de Vila Real, que vem na segunda e vai na quinta feira. Diz ainda o senhor padre Seraphim Alvares que a freguesia de S. Lourenço dista da cidade de Braga dezassete léguas e da corte de Lisboa oitenta. O grande terramoto que ocorreu na cidade de Lisboa, no dia um de novembro de 1755, dois anos e oito mes

Cabrito

Cabrito assado, ou mesmo cordeiro ou borrego É sábado. Acordou com vontade de comer uma coisinha especial para o almoço? Pensou e chegou à conclusão que um cabritinho caía bem à próxima refeição? Ok. Descanse... "Nada é impossível"... Naturalmente a expressão vai-lhe no íntimo da consciência. Já ouviu falar nisso e, naturalmente, tem dúvidas. Não desista. Dê largas aos seus pensamentos e apetites. Ponha de lado o pacote das impossibilidades. Vamos a isso. O que lhe apetece, afinal? Cabrito? Cabrito... pois... onde está ele?... Não desista logo à primeira. Vá ao talho e talvez encontre: cabrito, borrego ou o que lhe chamem aqueles que julgam conhecer da coisa. Não ligue. Vá pelos seus instintos. "Querer é poder" já ouviu dizer com certeza. No talho, olhe para a montra das carnes e, lá está, cabrito ou borrego, não se preocupe. Parece-lhe muita quantidade para a refeição com que pensa deleitar-se? Vá com calma e não se precipite. Escolha a metade que es

Pão com Nozes

Nozes, esse fruto maravilhoso da nogueira Neste blogue, há a intenção de transcrever  textos de outros autores, amigas e amigos que, ao longo de vários anos, foram amavelmente enviando e que constam assim dos arquivos NetBila’News. Far-se-á o possível por não repetir conteúdos que, eventualmente, estejam já editados em outros sítios da internet, fazendo por manter deste modo a originalidade da informação inserida nestas páginas.  Sendo assim, iniciamos este propósito com um pequeno artigo sobre nozes - "Pão com Nozes, uma delícia dos deuses" -, de Alzira Cabral. Nozes, esse fruto maravilhoso da nogueira! A foto mostra nozes colhidas ainda há pouco em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa, que alguém amavelmente ofereceu. São muito boas, estas nozes! Pão com Nozes, uma delícia dos deuses « - É muito bom, pão com nozes! - Já comeste? - Não, mas vi comer. » É na verdade uma delícia dos deuses este manjar! Nós dois costumávamos comê-las como sobremesa nas