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Douro: lugar do Ferrão

Estação ferroviária do Ferrão

O comboio no Douro

Viagem de comboio ao longo do rio Douro O comboio, no Douro, cedo ligou as suas extremidades: do Porto a Barca d'Alva. Barca d’Alva é um lugar pertencente à freguesia de Escalhão, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, situada no norte do distrito da Guarda. Inserida no Parque Natural do Douro Internacional, situa-se junto à fronteira com Espanha. Infelizmente, já aí não chega, hoje, o comboio, por razões que se prendem, sobretudo, pela inoperância de sucessivos governos de Portugal e pela falta de figuras das terras do Douro e do nordeste capazes de reivindicarem para esta região um dos seus meios de transporte principais, com enormes capacidades turísticas. Fica-se, deste modo, pelo Pocinho, o comboio. Pocinho é uma aldeia do concelho de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda. A sua estação ferroviária é atualmente o terminal da Linha do Douro. Mesmo assim, é uma viagem de sonho. É certo que existe já uma rede razoável de estradas que proporcionam boas ligações entre vilas e

Percorrer o Douro de barco

Passeios no rio Douro, em barco próprio ou num cruzeiro No passado, eram os barcos rabelos que, rio abaixo, faziam o transporte das pipas cheias com o vinho colhido no Alto Douro. Naturalmente, já vazios, subiam agora o rio novamente em direção às vinhas e ao vinho. Hoje em dia, pode descobrir-se todo esse rio, desde o Porto a Barca d'Alva, em barco próprio, alugado ou em cruzeiro desde o mais simples ao mais luxuoso barco hotel, de construção apropriada para navegar no rio Douro. Quem sobe, desde o Porto até à Régua, Pinhão, Tua, Pocinho e Barca d'Alva, sentirá um gosto especial, desfrutando da paisagem única que o Douro a todos oferece. Os primeiros setenta quilómetros são relativamente inóspitos, fazendo com que a entrada na zona das vinhas e do vinho seja um grande acontecimento. Há vários cais em todo o percurso que podem ser usados para incursões e explorações em terra: uma refeição tradicional num restaurante especial, uma visita a determinado produtor, quinta ou casa de

Sobre o azulejo no distrito de Vila Real

"Notas sobre o azulejo no distrito de Vila Real" de Joaquim Barros Ferreira (...) Com a construção da linha de caminho de ferro do Douro, o comboio chega ao Pinhão, zona excelente do vinho do Porto. Ora a estação do Pinhão, na confluência do mesmo rio com o Douro, possui variadíssimos painéis de azulejos, um valioso museu dos costumes, transportes (rabelo e carro de bois), belas reproduções de vinhas e socalcos, quintas, aldeias, acompanhadas sempre da majestosa e imponente paisagem transmontana. Embora originada talvez do fim do século XVI, a modalidade de enxadrezado, também conhecida por azulejo de caixilho, vê-se na vila do Pinhão, na série de azul-branco e na estação de Moledo, na de verde e branco. De corrente posterior, apontam-se o friso de pendentes ao jeito romântico, na Casa da Misericórdia, rua dos Camilos, Régua e, na respectiva capela, onde se nota uma importante transposição de vitrais para os azulejos, no arco de meia volta e falsas impostas. Afigura-se também

O ArteAzul'Atelier, em Vila Real

ArteAzul'Atelier: atividades decorativas artesanais e pintura Tivemos já oportunidade de descrever com pormenor o ArteAzul'Atelier , em Vila Real, nomeadamente sobre o seu início e projeto, que tem vindo a desenvolver-se desde finais de 2001. Tendo sido a pintura tradicional em azulejos um dos capítulos de iniciação das atividades do ArteAzul'Atelier, servindo a azulejaria de mote para a sua designação, variadíssimas áreas das artes decorativas e também a pintura se foram acrescentando à ideia inicial. Entendeu-se como elemento relevante, para além da execução artesanal e a realização de obra artística, a divulgação dos trabalhos e obras realizadas, com algumas exposições, mas principalmente através da internet. A comunicação constitui assim uma parte importantíssima do ArteAzul'Atelier, no sentido de, com imagens e descrições teóricas, dar a conhecer o desenvolvimento do projeto e novidades sobre as diferentes tarefas. A este propósit

“Ervilhada”

Ervilhada com chouriço e entremeada salgada, por Amélia Raio Dos mais simples que possam imaginar-se, os ingredientes são, no entanto, diversificados: ervilhas, cenouras de tamanho reduzido, chouriço, entremeada salgada, pimento vermelho, cebola, alhos, azeite, colorau, ervas aromáticas e um acrescento mínimo de água. Dentro de um tacho ou panela de barro, de preferência de Bisalhães, coloque-se um pouco de azeite e comece a aquecer-se. Depois, um a um, adicionem-se os ingredientes devidamente espaçados, de acordo com as sensibilidades culinárias de cada um(a): cebola partida aos bocadinhos, iniciando-se o processo de estrugido ou refogado e, passado algum tempo, dentes de alho inteiros. “Estalada” a cebola e o alho, adicionem-se agora as ervilhas e cenouras. Com alguma demora, o sabor e aroma do alho em azeite quente devem impregnar-se nas ervilhas e cenouras. De seguida, em pedaços pequenos, junte-se o chouriço e a carne entremeada. Algum tempo deve dar-se para este novo processo de

Painças de Montemuro

Festival das Painças de Montemuro, por Jorge Lage No princípio era um amigo do Sr. José Carlos que me falou dele e do seu dinamismo em prol da basta freguesia de Tendais. Depois, foi só combinar uma ida e desbravar um Portugal mais natural, a vertente Norte da Serra de Montemuro em que Tendais se inquieta. Na primeira ida à Festa da Castanha apercebi-me da teluridade quase virginal. Logo ali conheci o amigo do meu amigo, Vergílio Alberto Vieira, poeta amarense. O Antonino Jorge ficou meu amigo e com ele aprendi muito da cultura local. Também, com a revista «A Tendedeira», de grande qualidade gráfica, de imagens e de textos únicos. Foi um visitar de ano após ano, sempre que o tempo o permitia. Ali vi surgir outro evento cultural e gastronómico, medularmente muito genuíno. Genuíno até às almas puras daquela gente. Gente que ainda vê nas vessadas e no seu «paínço graúdo» o maná para um ano longo. Por isso, o «Festival das Paínças de Tendais» surge como uma oração ao deus Bestanços que do

Medida do Pé

"Medida do pé para calçado" por Jorge Lage Hoje guiamo-nos pelo número do pé. Os números do pé, para sapatos, e do pescoço, para camisas, sempre me meteram confusão. O que sei é que nos regemos por números para vestuário e calçado. Mas, na roupa surgiu outra medida, por letras. Assim, temos para crianças a roupa por meses e anos; para senhoras o tamanho «S» é o mais comum; e o «M» para homens. Nem todos temos o mesmo peso e medida e surgiram outros números em crescendo «L», «XL», o «XXL» e os que pela sua grande massa corporal só vestem por encomenda. Voltando ao calçado, nos tempos idos da década de cinquenta, do século XX, as crianças da minha aldeia não iam às feiras. Acho que éramos um estorvo. Só quando se levava à feira um reco, lá ia a rapariga com os pais, a ajudar a tocar o bicho à feira e para tomar conta dele. O reco era trabalho de mulher, tal como as aves de capoeira. Os rapazes estavam talhados para os bois e só iam se fosse necessária a sua ajuda. Por isso, qua

Sinonímia, toponímia e outros conceitos

Diz Jorge Lage: - Não é fácil investigar sobre sinonímia, toponímia e outros conceitos «Quem me dera cá o Verão, O tempo das carmiadas! Queria dar ao meu amor Quatro castanhas piladas.» Nesta quadra do cancioneiro da castanha, destaco a palavra «carmiadas» que tem diversos significados exarados no Grande Dicionário da Língua Portuguesa (de José Pedro Machado): poderá ser um estado da Natureza que tem muitos frutos vermelhos (este tempo seria no Verão ou princípio do Outono). O douto Frei Henrique Pinto Rema, da Academia de História, baseado no mesmo léxico, avançou-me com: «<carmeada>, efeito de carmear, de desfazer de nós (...), <carmear>, desenrolar, abrir» e para hipótese de descascar as castanhas e cozê-las (tempo de Outono e de magustos). Eu, inicialmente, associei carmeadas a desfolhadas, por ligação aos «farripos» ou tiras do folhato ao descaroçar-se o milho e as castanhas assadas que se comiam no final, como reza noutra quadra po

Castanhas estufadas

Castanhas estufadas, por  José Posada Para 4 pessoas: 750 g de castanhas; 30 g de manteiga; 100 g de bacon; 6 cebolas pequenas; 35 cl de caldo ou água; 200 g de cogumelos; 100 g de azeitonas verdes, ramo de ervas aromáticas, sal e pimenta. Corte o bacon aos cubinhos e descasque a cebola. Numa caçarola, derreta a manteiga e aloure as cebolas e o bacon. Quando estiverem douradas, junte o caldo ou a água, incorpore as castanhas, mexa e tempere. Juntar, por fim, as ervas aromáticas, tapando a caçarola e deixe cozer durante 45 minutos, em lume brando. Limpe os cogumelos, laminá-los e, passados cerca de 45 minutos de cozerem as castanhas, adicione-os, bem como às azeitonas, e deixe cozer durante 30 minutos, em lume muito brando. Sirva ainda fervente. "Castanea - uma dádiva dos deuses", de Jorge Lage  (Receita cedida por José Posada - Marron Glacé SL. - San Cibrao das Vinhas - Ourense)  in "Castanea - uma dádiva dos deuses", de Jorge Lage

Douro: vila do Pinhão

Lugares do Alto Douro O Pinhão é um dos lugares belíssimos para contemplar, principalmente a sua paisagem, a área pedonal mesmo junto ao rio Douro e o seu cais, ponto de encontro com os barcos turísticos que ali aportam. Na estação ferroviária, é importante o conjunto de painéis de azulejos que decoram as paredes do edifício,  pintados por métodos tradicionais, pela Aleluia Cerâmicas , de Aveiro, retratando muito bem os usos e costumes antigos das gentes durienses, que souberam trabalhar, arquitetar e moldar as encostas do vale do Douro, de tal modo a ser hoje reconhecida esta região vinhateira como Património da Humanidade, na categoria de paisagem cultural. Outros lugares do Alto Douro são igualmente belos, dignos de serem visitados. Toda a região, com as encostas cobertas de vinhas cuidadosamente tratadas formam um verdadeiro jardim, enriquecido pelo traçado do rio.

Vinho fino, tratado ou vinho do Porto

Sobre o vinho do Porto, o vinho mais famoso de Portugal Sobre o vinho do Porto, o vinho mais famoso de Portugal, parece-me existir desde sempre, por parte dos agricultores mais modestos, talvez, e daqueles que gostam de defender as raízes culturais da região do Alto Douro, uma certa contrariedade no que respeita à designação do vinho generoso que se produz, de facto, na região vinhateira do Alto Douro.  A maior parte do vinho colhido no Douro é verdadeiramente envelhecido nas caves de Vila Nova de Gaia, junto ao Porto, sendo aproveitado o nome desta cidade para referir o tão famoso vinho. Razões haverá, além das que se mostram evidentes, para a escolha da expressão “vinho do Porto”, que os historiadores conhecerão melhor do que ninguém, não se pretendendo de modo nenhum com este pequeno artigo dar ênfase a esta realidade, incongruente para alguns, normal para outros. Pinhão Vinho fino ou vinho tratado são as expressões que os mais tradicionalistas gostariam de associar ao vinho generos

Cozido de Vagens

Cozido de vagens secas, por António Mosca Os ingredientes que se utilizavam para este cozido variavam conforme a época do ano, uma vez que nunca se utilizava carne fresca e a curada ia sendo consumida antes de rançar. Tradicionalmente usava-se:  Chouriço de pão Linguiça Bocheira Chouriça de sangue Bico e focinho de porco curados Carne de porco entremeada curada Batatas Vagens secas O bico, o focinho de porco e a carne entremeada ficavam de molho umas horas para perderem o sabor a fumo. Eram depois limpos e bem removidos os pêlos, indo a cozer à parte. Os enchidos, depois de lavados em água bem quente, coziam-se em pote à parte. Uma vez cozidos, passavam para o pote de cozer as carnes, já retirado do lume, para não esfriarem. Na água de cozer os enchidos punham-se a cozer as vagens, demolhadas desde a véspera. À parte coziam-se as batatas que se punham a ferver quando as vagens estivessem quase cozidas. Partiam-se as carnes e os enchidos para uma travessa e noutra colocavam-se as vagens

Alhada de Cação

Alhada de cação com creme de castanhas 350 g de castanhas; 700/800 g de cação; 2 colheres de sopa de farinha; 3 ou 4 dentes de alho; 2 dl de azeite; 0,5 l de água e pão cortado aos cubinhos; 1 folha de louro, 1 raminho de coentros, sal e pimenta, q.b. Fritam-se os alhos no azeite, junta-se o louro, a pimenta e o pimentão. Logo de seguida, juntam-se a água e as castanhas, previamente passadas, com um pouco de água, deixando-se ferver durante 5 minutos. Adiciona-se o cação e deixa-se cozer. Serve-se com pão previamente frito e enfeita-se com coentros. (Receita da Casa de Pasto "O Castanheiro" e cedida pelo municipio de Marvão, in "Marvão com castanhas") in "Castanea - uma dádiva dos deuses", de Jorge Lage

Pinhão, um dos lugares centrais do Alto Douro

Região Vinhateira do Alto Douro

Alheiras de Mirandela

Alheiras de Mirandela: preparação e história, por Jorge Lage   Ingredientes (para 5 kg de alheiras ou 30 alheiras):   3,5 Kg pão-trigo; 1,5 Kg de carnes (de porco – presunto fresco e barriga, galinha e peru); banha de porco e azeite; alhos, malaguetas, sal e colorau doce.   Preparação:   Cozem-se as carnes todas juntas, com sal a gosto, alguns dentes de alho e malaguetas. Depois de cozidas deixam-se arrefecer um pouco e, com uma tesoura própria, cortam-se em pedacinhos e desfiam-se. Guarda-se o caldo (água adubada de cozer as carnes). Entretanto, cortou-se o pão em fatias e colocou-se, em camadas, num tacho (ou caldeira) fundo. Com a água de cozer as carnes, bem temperada e apurada, escalda-se o pão de forma a este ficar todo ensopado. Para tal, com um pau próprio, vai-se furando e introduzindo a calda. Logo que o pão fique ensopado, deixa-se a descansar um pouco a massa. Ao lume, numa panela, põe-se o azeite e um pouco de banha a aquecer. Sobre o pão já amolecido põem-se os alhos pica

Favas

Favas e batatas novas, em S. Lourenço Devem aproveitar-se as batatas novas e as boas favas, enquanto duram, tenras. É uma época tão curta a das favas que apenas uma ou duas refeições deste alimento são possíveis durante um ano, a não ser que se congelem. Há quem saiba fazê-lo com mestria. Isto de congelar os alimentos tem as suas regras. Um bom canelo (perna de porco, também chamado joelho da porca) fumado e um pedaço de carne entremeada conservada em sal, são alimentos que acompanharão as favas e as batatas. Esta carne entremeada deve demolhar de um dia para o outro. Para condimentar: azeite, alho, vinagre e farinha. Antecipadamente, para não sobrecarregar o fogão, coze-se muito bem o canelo. Se for servido frio, liga na perfeição com a quentura das favas e das batatas. Vamos cozer as batatas num tacho e as favas noutro. Sendo novas, as batatas, cozem rapidamente; 15 a 20 minutos será o suficiente. As favas cozerão em 45 minutos, sensivelmente. Depois de cozidas as batatas, estas deve

Um minuto no Parque do Corgo

Um minuto no Parque do Corgo, em Vila Real, no fim de tarde do dia 17 06 2020.

Os Rijões

Os Rijões, por António Mosca     Os Rijões (A Ciência dos Sabores) Havia três espécies de rijões, a preparar para o jantar de sarrabulho: os do redrenho, obtidos a partir da gordura em forma de folho que envolvia as tripas; os entremeados que eram extraídos do soventre, ou seja, da gordura da barriga do porco entre a couracha e os intestinos; e os da tripa, pequenos pedaços de gordura que eram retirados na limpeza exterior dos intestinos e do estômago. Cada espécie rijava horas em seu pote, temperada com sal grosso, na quantidade que se  quisesse, porque os rijões nunca tomam mais sal do que o necessário. Acompanhavam, a quente, com batata cozida e eram obrigatórios tanto no jantar do sarrabulho como no dos chouriços. Os que sobravam eram comidos a frio com pão centeio. A banha obtida da fritura era guardada coalhada em malgas e utilizada no tempero dos refogados - o pingo.   in "Quem me dera naqueles montes" Feijoada de Chispe

Feijoada de Chispe

Feijoada de Chispe, por António Mosca   Feijão farta rapaz (vulgar feijoca) Esta feijoada tinha a particularidade de não ser confeccionada com o feijão tradicional. Utilizava-se o feijão farta rapaz (vulgar feijoca) que lhe dava uma textura e sabor particulares. De véspera, deixava-se o feijão de molho com bastante água e num alguidar grande, porque a feijoca aumenta bastante de volume com o demolhar. Umas horas antes da preparação, punham-se de molho, em água morna, os pernis secos e fumados. Depois de limpos dos pelos e raspados, os pernis eram abertos ao meio e levavam dois cortes transversais, sem separar completamente as três partes. Num pote, punha-se a cozer, sem sal, o feijão. À parte, cozia-se o chispe, até a carne se separar facilmente do osso. Numa frigideira, refogava-se uma cebola cortada muito fino, alho, uma folha de louro, em azeite e uma castanha de pingo. Num pote, colocava-se o pernil cozido e partido, o refogado e juntava-se uma malagueta queimona aberta e um ramo d

Arroz de Couve, em S. Lourenço

Arroz de couve, chouriça de sangue e costela de vinha d'alhos A região de Trás-os-Montes e Alto Douro não é assim tão pequena e, por isso, os usos e costumes variam, por vezes muito, de lugar para lugar e mesmo famílias vizinhas podem confecionar a comida de modos diferentes, o que é perfeitamente natural. Também por isso, esta é uma cultura tão rica e tão diversificada.  Hoje dou-vos conta de uma das especialidades gastronómicas relacionadas com a carne do porco que comia em S. Lourenço de Ribapinhão. É daqueles pratos fumegantes e de cheiro intenso, apropriado para um dia de inverno, à lareira: arroz de couve, chouriça de sangue e costela de vinha d'alhos. A uma cebola em azeite medianamente estrugida, juntem-se os "olhinhos" (partes interiores, mais tenrinhas) de couve troncha bem lavada em água corrente. Adicione-se uma areia de sal, a gosto, tape-se o tacho e deixe-se cozinhar com o lume brando durante mais ou menos meia hora. Vai-se acrescentando com cuidado águ

Lentilhas

Lentilhas com castanhas Ingredientes: 1 taça de castanhas; 1 taça de lentilhas cozidas; 3 colheres de sopa de mel; 1 colher de sopa de vinagre de vinho; azeite, pimenta negra, cominhos, coentros em pó, menta, arruda, néveda e sal.   Cozem-se as castanhas peladas num pouco de água e sal.  Durante a cozedura, picamos as especiarias e misturamos com o mel e vinagre.  Passamos as castanhas, já cozidas, com a varinha mágica e a massa das especiarias, com o mel e vinagre, para uma panela maior, adicionando um pouco de azeite, levando a ferver.  Quando estiver bem cozido, voltamos a passar-lhe a varinha mágica.  Servimos em pratos fundos ou tigelas, temperando com azeite virgem extra.   (Receita do célebre cozinheiro romano, Apicio, do séc. I e cedida por Xavier Barreiro) in "Castanea - uma dádiva dos deuses" Jorge Lage

Vídeo sobre Jorge Lage

Jorge Lage, investigador e escritor Um curto vídeo que me encheu a alma Quem leva uma árida vida a desbravar e recolher a nossa memória imaterial pouco tempo lhe resta para sonhar. Abraço os projectos e, depois, vou em frente. Haja fome, sede, suor e dor, tudo faz parte da vida. De quando em vez, lá vem o estímulo de um amigo ou leitor generoso e sabe a bálsamo para amenizar as feridas da vida. Os elogios quase sempre me deixam um travo na alma, de atenção, amizade ou generosidade dos que os tecem, mais do que o valor que possam ter. Se os amigos soubessem, como me comovem, quão me enchem a alma nos momentos mais críticos, de dúvida ou desânimo! Se soubessem que o tempo mais difícil e de maior desassossego começa quando digo à tipografia para imprimir os livros e prolonga-se até aos embates com o público nas apresentações! Dificilmente faltariam às apresentações dos livros! Nos projectos em que me meto dificilmente os abandono. O mais duradouro tem s

Chamuças Indianas

Chamuças Indianas, receita de Marielle Rowan, in "Cozinha de Moçambique"   Ingredientes:   250 g de vaca picada; 1 chávena  de água; 5 dentes de alho; 2 colheres de sopa de caril; 2 cebolas pequenas; 2 colheres de chá de coentros; 2 chávenas de farinha; 1 colher de sopa de garam masala*; 1 colher de sopa de gengibre em pó; 5 colheres de sopa de manteiga; 1 colher de sopa de menta; 1 colher de chá de sal; 1 colher de sopa de sumo de limão; óleo – q.b.   Preparação:   Junte a farinha, o sal, a manteiga e a água numa tigela. Amasse bem e deixe repousar enquanto prepara o recheio. Aqueça a manteiga numa frigideira, junte metade da cebola picada, o gengibre ralado e o alho picado. Deixe alourar, juntando depois o caril, o sal, o vinagre e a carne de vaca muito bem picadinha. Mexa bem, e deixe cozer em lume brando durante 10 a 15 minutos. Adicione um pouco de água, no caso de secar demais. Junte a este preparado o garam masala, as folhas de menta picadas e os coentros picados, mexe

Papas de farinha de milho

Papas de farinha de milho, por Maria Isabel Resende Jorge Teles   Ingredientes (para 6 pessoas):   300 g de milho traçado (moído grosseiro, levantando a mó andadeira); 100 g de feijão vermelho; 4 folhas de couve galega; 2 colheres de azeite; 5 ou 6 folhas de hortelã e sal (a gosto).   Confecção:   Preparação: Numa panela de ferro coze-se bem o feijão, adiciona-se depois o sal e o azeite. Corta-se a couve-galega (um pouco mais grossa que para caldo verde). Junta-se ao preparado anterior, deixando ferver. Quando estiver cozida, desfaz-se a farinha em água morna. Deita-se água fria na panela para que deixe de ferver e junta-se a farinha, mexendo muito bem e continuamente para que fique «desfeita» e sem «grunhos». Depois de ferver e engrossar, adiciona-se a hortelã e serve-se quente.   Receita fornecida por Antonino Jorge, da sua irmã Maria Isabel Resende Jorge Teles, uma cozinheira de estalo (convidada para bodas e baptizados e por grupos) de Tendais, concelho de Cinfães. Nota: Este prato